29 de agosto de 2024
Belo Horizonte - A visão de que Instituições de Longa Permanência para Pessoas Idosas (ILPIs) são "depósitos de pessoas" continua a rondar o imaginário coletivo, mas será que essa percepção reflete a realidade? O podcast "Memórias no Horizonte", apresentado por Cris Pàz, mergulha no cotidiano dessas instituições para discutir o impacto dessas noções estigmatizadas.
Cris abre o programa provocando uma reflexão: as ILPIs devem ser vistas como lares ou como depósitos? Ela garante, logo de início, que essas instituições são espaços de cuidado, dignidade e vida, e não lugares de abandono.
Com depoimentos de profissionais e moradores de ILPIs de Belo Horizonte, o podcast traz à tona histórias como a de Paula Chacon, assistente social do projeto Rede 3i. Segundo Paula, a mudança de nome de "asilos" para "ILPIs" foi fundamental para afastar a imagem negativa de abandono, reforçando a ideia de cuidado especializado e humanizado.
Danila Barros, coordenadora do Lar Dona Paula, compartilha sua perspectiva: “A ILPI é mais uma chance que o idoso tem para cuidado e aconchego”. O relato de Ronaldo Eustáquio, morador de uma dessas instituições, reforça essa ideia: "Essa casa é uma mãe", diz ele, aludindo ao acolhimento que encontrou.
O podcast também aborda a culpa que muitas famílias sentem ao institucionalizar seus idosos. Paula Chacon ressalta que a decisão de transferir um idoso para uma ILPI não é sinônimo de abandono. Pelo contrário, pode garantir uma qualidade de vida que a família, sozinha, não teria condições de oferecer.
O "Memórias no Horizonte" promove uma nova maneira de ver as ILPIs: como lares de acolhimento, onde a dignidade e o bem-estar são priorizados.